quarta-feira, 19 de junho de 2013

Isto de uma pessoa ser Carneiro é do C****

Isto de uma pessoa ser Carneiro é do Caneco e do Camandro e do Ca…ra…lho.

Não falo em carneiro de signo nem em Carneiro de ter muita lã.

Sou Aquário de signo e depilei-me há pouco tempo!

Ora (e não Hora) cheguei eu ao aeroporto de Frankfurt, que também se pode aparentemente dizer Francoforte (parece que em Português é mesmo assim que se diz), e dirigi-me para a saída. Cansada e com as letras pequenas a dizer Ausgang/Exit decidi seguir o rebanho. Seguir rebanhos não é uma boa política, mas todos sabemos que às vezes funciona e é mesmo relaxante. Não temos de pensar…

Bom, como eu ia a dizer (e fiz parágrafo de propósito para o pessoal parar um pouco no “Não temos de pensar…” Porquê? Não sei, mas pareceu-me bem.), mas antes reparem ainda no parêntesis que começa com letra pequena, tem uma questão e termina num ponto final, diria que é um parêntesis interessante.

Mas como ia a dizer, segui o rebanho em direção à saída.

Paragem para verificação de passaportes.

Vou para a fila dos cidadãos com passaportes da União Europeia. Não anda. Passo para a outra ao lado dos “todos os passaportes”. Aguardo pacientemente a minha vez, enquanto o meu cérebro vagueava por parte incerta. Chegada a minha vez mostro o Cartão do Cidadão. O guarda pede-me o Cartão de Embarque. Achei estranho, mas não muito. Mostro o cartão de embarque. Responde-me:
- Não é este. Este é o velho. O outro.
Olho e era aquele…fiquei confusa e disse-lhe:
- Mas eu quero sair?!
Ao que me responde:
- Mas isso não é aqui!

Olho para ele de novo confusa e acho que com a boca aberta. Olho para o lado esquerdo e vejo as placas a dizer Ausgang/Exit para esse lado. E respondo:

- Ahhh it’s true! (questiono-me se o "ahhh" também deveria estar em itálico!)

E um grande sorriso desenhasse-me na cara e nela fica por algum tempo.

Pronto era isto…mas não só!

Não resisto a contar um episódio que se passou imediatamente a seguir. Um ou dois. Que só um não basta.
 
Apanhei um táxi para o Hotel, que fica junto ao aeroporto de Francoforte (sim uma pessoa de vez em quando tem estas reuniões bem junto do aeroporto…é para não se desfocar!), e o tipo ia-me batendo!!!! Chateadíssimo por ter estado 2-3h na fila e eu ir para um local mesmo ali ao lado. Continuou dizendo que havia autocarros para o Hotel (e eu sabia lá????!!!). Basicamente voou até ao Hotel e eu temi pela minha vida.


Chegada ao Hotel coloquei a mala no quarto e desci porque tinha-me esquecido de trazer uma maçã de um cesto que estava na receção para a malta se servir (tinha pensado fazê-lo quando estava a registar-me). Encontro o colega Israelita a sair do elevador no andar do meu quarto (e que tinha vindo no mesmo avião que eu) espantado por eu já cá estar. Claro. Ele apanhou o dito autocarro. Assim à pressa expliquei-lhe que tinha vindo de Táxi. Na verdade disse mais ou menos isto:
- Vim de táxi. O tipo queria matar-me. Vou buscar uma maçã. Até logo.

E apanhei o elevador para baixo.

Voltei pouco tempo depois ao quarto, não com uma, mas com duas maçãs. Já que são de graça a malta tem de aproveitar. Tinha acabado de dar a primeira dentada, quando toca o telefone…estranho pensei:

“Quem me estará a telefonar? Será que me esqueci de qualquer coisa na receção? Será que precisam de mais algum dado meu? Será engano?” (incrível a quantidade de coisas que uma pessoa consegue pensar com um ou dois toques de telefone).

Quem era? O colega Israelita! A dizer:
-Estou aqui em baixo na receção. O que disseste que vinhas fazer?
E eu respondi:
- Eu disse que ia buscar uma maçã!
Ele:
- Mas quem te queria matar?
Eu:
- Ahhh era o gajo do Táxi!
Ele:
- Ah OK. Bom então acho que nos vemos amanhã.
Eu:
- Sim. Até amanhã.
 
Acho isto de uma beleza estonteante…tenho de confessar. Adoro estes episódios da vida de uma pessoa.

O meu colega Israelita (que tem cerca de 70 anos) queria salvar-me de um taxista furioso, que já tinha ido embora, e quiçá, de uma maçã! Ou será que queria comer uma maçã comigo?
 

E isto é a vida…da ALI.

 PS - Já comi as maçãs. Tenho agora ali uma salsicha enfiada numa sande, que trouxe do avião. Não tinha fome. Comi imenso no aeroporto de Estocolmo a pensar que não me iam dar morfes na viagem para aqui...Que mais posso desejar? 2 maçãs e uma sande de salsicha, num quarto de hotel junto ao aeroporto. 34 ºC sem ar condicionado. Janela aberta a ouvir o som maravilhoso dos carros lá fora e dos aviões...é bom viver!