sexta-feira, 9 de março de 2012

Grandes Teses são...

Estava por aqui a pensar em escrever a bela história da minha tese de Doutoramento e do Trem de Cozinha, quando me veio à memória uma das mais “belas” histórias da minha vida. O dia em que me ultrapassei a mim própria.

Estávamos em Maio. Um dia que deveria ser quente, mas era frio. Um dia que devia ser solarengo, mas chovia a cântaros (ou como os franceses dizem “il pleut comme vaches qui pisse”, isto é, chove como vacas a mijar. Adoro esta expressão francesa. Outra que também adoro é “Qu'est ce qu’il me casse les couilles!”, que é o mesmo que dizer “É que ele parte-me os colhões!” e este é desde já o maior entre parentisis que alguma vez escrevi. Acho eu. Que não me lembro de tamanho de todos os parentisis da minha vida. Na verdade não me lembro do tamanho de nenhum. Mas não seja por isso. Vou começar desde já a medir.).

Na verdade não faço a mínima ideia do mês ou do tempo que fazia no momento da história que me proponho relatar, mas achei que ficava bem.

Assim proponho então que imaginemos que estávamos em Maio, chovia a cântaros e estava um frio anormal para a época (coisa comum...porque hoje em dia estamos sempre acima ou abaixo da média e é raro fazer o tempo apropriado para o período do ano em questão). O local era o Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), a hora era a do lanche.

Nesse dia saí do bar ao mesmo tempo que um colega que trabalhava num laboratório no mesmo piso que eu. Não tinha muita confiança com ele. Ele estava nesse momento a escrever a tese de Doutoramento. Eu por simpatia quis perguntar-lhe “Como vai essa grande tese”, mas o que me saiu foi e mais uma vez atenção, muita atenção...

Não respirem. Bom de tanto pedir ao pessoal para não respirar corro o risco de alguém um dia morrer... não especifico o tempo que se deve conter a respiração e assim é completamente subjetivo...como morrer alguém a ler o meu blog representaria um evento desagradável, que tal 15s?

Não respirem por 15s.

O que me saiu foi “Como vai essa Tesão?”.

É verdade. Foi isto que me saiu. Nem mais nem menos. Nem para a direita nem para a esquerda. Nem para cima nem para baixo. Nem para a frente nem para trás. Apenas e tão somente:

“Como vai essa Tesão?”


Como vai essa tesão? Ecoou no meu cérebro. Ou talvez tenha mesmo rebentado no meu cérebro como...uma ejaculação? Poder-se-á assim dizer? Sim, e talvez seja mesmo o mais apropriado para a situação. Rebentou no meu cérebro como uma ejaculação!

Não queria acreditar no que tinha dito.

Apeteceu-me fugir. Mas fiquei estática.

E saiu-me um tímido e suave e fraquinho “Não era bem isto que eu queria dizer...”. Ele que ao “Como vai essa Tesão?” me respondeu “Vai bem de vez em quando.”, ao “Não era bem isso que eu queria dizer...” respondeu-me “Pois imagino que não!” e quando chegámos junto aos meus colegas de laboratório disse: “Têm de levar a Anabela a passear que ela está a precisar...”

E é isto meus senhores e minhas senhoras...e isto são pérolas na vida de uma pessoa!

...isto era apenas o prelúdio para a escrita de uma tese cheia de mimos para contar.

Mimos que ficam para outro dia, que hoje já chega de falar de Teses, Tesinhas e ...

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