14 Relações falhadas, que afinal são 15, dão
azo a muitos comentários e críticas das pessoas com quem desabafei ao longo da
vida. Uns considero mais felizes que outros.
É engraçado como das
primeiras coisas que as pessoas me fazem quando lhes confidencio “um falhanço”
é atribuir-me “uma culpa”. Precedida geralmente por ele é um parvalhão, não
vale nada, não te merece ou mimo afim. Agora que escrevo isto apercebo-me da
falta de sentido disto…portanto o gajo é um parvalhão, mas a culpa é tua.
Há uma critica que me
irrita especialmente, a qual considero bastante infeliz pelo moralismo mal
disfarçado e hipócrita por detrás dela, a qual é: “entregas-te demasiado
rápido”.
Logo à partida é de
perguntar o que significa este “entregas-te”. É um entregas-te psicológico ou
físico?
Comecemos pelo
psicológico: O que significa? O que se sente? Ou o que se diz?
O que se sente não se
controla e portanto não tem sentido este “demasiado rápido”.
O que se diz... eu
nunca disse o que digo.
Mas a parte que me
apetece mais explorar é a do “entregar físico”. Ora aqui presumo que as pessoas
que “não se entregam demasiado rápido” sigam uma espécie de protocolo. Tenho-me
dedicado a imaginar como seria este protocolo e surgiram-me várias
dúvidas/hipóteses e que as pessoas do “entregas-te demasiado rápido” me sabem
por certo saber responder.
1- Qual deverá ser o
tempo que deverá decorrer entre conhecer a pessoa e entregar-se a ela
fisicamente vulgus ter sexo?
a. 0
h15min30s
b. 1h15min30s
c. 1dia1h15min30s
d. 1semana1dia1h15min30s
e. 1mês1semana1dia1h15min30s
f. 1trimestre1mês1semana1dia1h15min30s
g. 1semestre1trimestre1mês1semana1dia1h15min30s
h. 1ano1semestre1trimestre1mês1semana1dia1h15min30s
i. Nunca o sexo é
badalhoco e é para javardos
j. Outro, por favor
especifique
Imaginemos que a
resposta certa seria entre 1mês1semana1dia1h15min30s, vêm-me à cabeça cenários
distintos, que me trazem ainda mais questões:
1. Cenário “conheci-o
num Bar/Discoteca, através de amigos ou afim”:
- Conheci a pessoa num
bar/disco, falámos de banalidades nos 2 encontros que tivemos e não sabia
grande coisa da pessoa quando fomos para a cama.
- Conheci a pessoa num
bar/disco, encontrámo-nos várias vezes, as conversas foram sempre banais e não
sabia grande coisa da pessoa quando fomos para a cama.
- Conheci a pessoa num
bar/disco, falamos 2x vezes ao telefone, a conversa tanto descontraída, como
séria, como pessoal, como impessoal já conhecia bastante da pessoa quando fomos
para a cama.
Estas 3 situações são
iguais????
2. Cenário já era
amigo:
- Era meu amigo mas
apaixonei-me por ele. Devo esperar 1mês1semana1dia1h15min30s?
3. Cenário “conheci-o
na net”:
Esta como é uma
situação relativamente nova talvez as/os defensores de “entregas-te demasiado
rápido” não tenham tido tempo para incorporá-la. A mim surge-me logo mais uma
questão. Quando é que é considerado “conheci um tipo”? A primeira vez que teclo
com o gajo, ou quando o conheço em pessoa?
Já ouço um coro em tom
de certeza “quando conheces a pessoa!”
Então se eu teclo
todos os dias com a pessoa, se partilho os bons e os maus momentos, se partilho
ideias e gostos, se discuto pontos de vista políticos, sociais e científicos,
se peço conselhos e vice-versa será que isto não é conhecer uma
pessoa???? Ou só quando conheço o invólucro é que posso considerar que conheço
a pessoa? Por outro lado já a minha avó dizia “quem vê caras não vê corações”.
Será que conhecer alguém fisicamente significa alguma coisa no que respeita a
conhecer realmente a pessoa?
Será que aqueles que
seguem este protocolo têm relações mais duradouras e saudáveis? Há algum estudo
que comprove isso?
Antigamente a maioria
das pessoas só tinham sexo depois do casamento. Agora a maioria das pessoas tem
antes do casamento. Antigamente as pessoas eram mais felizes? Tinham relações
mais duradouras é um facto. Mas a que preço?
Sou cientista de
formação e preciso de provas para ser convencida a começar a usar protocolos
para me relacionar!
O que estas pessoas
não sabem, porque nunca lhes disse, é que as acho umas atrofiadas da mona e que
a ideia de ter um calendário para o momento apropriado para se ir para a
cama/fazer sexo/fazer amor (o que quer que lhe queiram chamar) com alguém é um
desvio. É contrariar a Natureza.
Não será mais saudável
e natural seguir os instintos e fazer o que nos vai no corpo e na alma, do que
andar com esquemas e calendários?
Eu acho que as pessoas
devem fazer sexo/amor quando lhes apetece, ponto final parágrafo. Usem
preservativo para não apanharem doenças. Tenham cuidado e sintam, porque sentir
é das melhores coisas do mundo. O resto é uma grande treta.
(escrito a 26.09.11)
(escrito a 26.09.11)
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