sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Tempo

Nesta última semana e picos tive 4 reuniões de redes diferentes e com grupos distintos. Tal implica várias horas de socialização e muitos inícios de conversa incidindo em temas fáceis e comuns.

O tema que bate todos aos pontos é o Tempo. É incrível e inacreditável a quantidade de tempo que uma pessoa consegue falar do Tempo.  Um assunto inesgotável. The best.

Se um dia falamos das diferenças do Inverno e do isolamento das casas entre a Áustria e Portugal, no dia a seguir falamos do Verão e do isolamento das casas entre a Áustria e Portugal. E se for possível no mesmo dia dou comigo a responder às mesmas perguntas a um parceiro da Islândia, Alemanha…Neste tema interessante e inesgotável um “must ask” dos estrangeiros é: “Então como está o tempo em Lisboa” e lá vou eu responder a isto aos franceses, aos alemães, aos austríacos, aos islandeses, finlandeses, belgas, dinamarqueses e por aí fora eses. Ainda não contentes com o tempo este ano, costumamos falar também em anos de Invernos difíceis e claro em anos de Verões muito quentes e todas as problemáticas causadas por temperaturas algo abaixo/acima da média e como isso mudou isto e aquilo. Acho isto em termos sociológicos muito rico. Devia ser sem dúvida estudado, se é que já não foi. Ainda hei-de fazer uma busca na Pubmed…

Hoje ao almoço e após termos falado sobre o tempo, claro, encetámos uma conversa sobre parapente, saltos de páraquedas e afins. Comentei que se tentasse fazer parapente, e dado que tenho vertigens, o mais provável era ficar tipo congelada, gritar e a seguir despenhar-me. Alguma divagação…e às tantas uma colega diz que nunca fez mas deve ser uma sensação semelhante à de andar de montanha russa. E que ela já tinha experimentado a gritar e sem gritar e que assegurava que gritando a sensação era muito melhor (screaming and without scream). Esta expressão foi usada o resto do almoço…Ainda na linha desta conversa um investigador alemão comentava que muita gente usava desportos extremos para aumentar o perímetro da sua zona de conformo. Claro que isto dependia das pessoas…se calhar alguns fazer uma omeleta servia o mesmo efeito. Bla, bla, bla…sempre com a piada “vou tentar fazê-lo screaming and without screaming”.

Almoço terminado, comento que vou fazer uma pequena sesta, antes do inicio da próxima sessão daí a 1h. Estava morta de sono. Esta manhã o despertador tocou e eu sentia-me pregada à cama. Pensei “falto à primeira sessão e durmo mais um bocadinho”. Despertador para uma hora mais tarde…mas já não consegui voltar a dormir. Levanto me e vou para o pequeno almoço pelas 9:20h. Qual não é o meu espanto quando vejo várias pessoas da reunião…pensei “olha também resolveram faltar à primeira sessão!”. Pego no meu pratinho com pãozinho, manteiga e doce de cereja e sento me junto a investigadores portugueses e digo “então também resolveram dormir mais um bocadinho e faltar à primeira sessão?” Olham com espanto para mim e dizem me “Não Anabela, estamos a tempo são 8:20h (a sessão começava às 9h)!” Não queria acreditar…então não é que o F****daP*** do meu telemóvel, que também me serve de despertador, atualiza automaticamente a hora para a hora do país? SÓ QUE em Tenerife a hora é a mesma que em Portugal, ou seja 1h menos que em Espanha. Odeio tecnologias inteligentes!!!!!!!!!

Anyway…não é este episódio que interessa nesta história. Voltando à parte da pequena sesta… Após o meu comentário que queria fazer uma pequena sesta o meu colega austríaco diz-me: “Vou aumentar o perímetro da minha zona de conforto e vou fazer uma grande sesta”, ao que lhe respondo “Yes! Be wild! Try it screaming and without screaming!” Silêncio na mesa…desconforto. Para melhorar a coisa digo. “Ups this in this context sounds strange…” Silêncio. Levantamos nos e vamos pagar.

Para a próxima o melhor é restringirmos nos ao tema riquíssimo que é o Tempo!

(escrito a 24.01.12)

2 comentários:

  1. ahahaah O Tempo é do melhor. Então no elevador, é quase um protocolo soprar de calor ou tiritar com o frio e assim, seguindo o guião seguro da previsibilidade, se preenchem os segundos até irmos à nossa vida. Hei-de experimentar começar com uma teoria metafísica depois de carregar no botão p o meu andar. Já imagino: silêncio...

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    1. isso era do melhor! Estou mortinha que faças essa experiência. Gostava era de estar com uma câmara de filmar, para poder captar as caras...temo que olhassem para ti como se fosses completamente louca e não percebessem muito. Se bem que uma pessoa se pode sempre espantar e apanhar algum iluminado.

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